
O dia de divulgação do CONSERVAL foi recebido com otimismo pela indústria agroalimentar, que se compromete a reutilizar e valorizar para fazer face ao aumento dos preços da matéria-prima e atingir os objetivos de sustentabilidade. No encerramento do terceiro ano do projeto, o workshop ‘A transformação eco-eficiente dos subprodutos e águas da indústria conserveira’ serviu para partilhar os desafios e oportunidades que surgem para este modelo de economia circular, que enfrenta a sua maturidade com uma visão mais alargada polo interesse dos principais atores do setor.
Na sede da ANFACO-CECOPESCA, meia centena de participantes reuniram-se em formato híbrido. Juntamente com a anfitriã, esteve representado todo o consórcio, liderado pelo Cetaqua Galicia, para apresentar os resultados preliminares nas áreas mais marcantes do projeto. Após a exposição técnica, tomaran a palavra os representantes da indústria de dentro e de fora da Euroregião Galiza-Norte de Portugal, que discutiram as possíveis aplicações do CONSERVAL num contexto de volatilidade e tendências aceleradas, para terminar refletindo sobre a importância de liderar o desenvolvimento sustentável pelo setor. Uma visão partilhada passa pela valorização da matéria-prima, com processos produtivos capazes de preservar fontes naturais e aproveitar os outros ainda pouco explorados.
Neste sentido, vozes do mundo agrícola e alimentar com alcance internacional elogiaram os benefícios tecnológicos do CONSERVAL, que permitem encarar esta mudança de paradigma ao mesmo tempo que atendem ao imediato, como o custo das matérias-primas ou a falta de diversificação. A perspetiva única destes atores permitiu abordar questões legais e barreiras de mercado, reivindicando práticas sustentáveis já enraizadas em cadeias de valor, que tradicionalmente concebem devoluções como matéria-prima, além de resgatar experiências que abriram o caminho para os membros do consórcio. A mesa redonda foi dada por Irene López, gestora de I&D da Bolton Food; Elena García, chefa de Ambiente da Frinsa del Noroeste; Jaume Lluis Tartera, Diretor de Métodos de Análise e Controlo da Mahou-San Miguel; e Eduardo Cotillas, diretor de Investigação, Desenvolvimento e Inovação da Federação Espanhola das Indústrias alimentares e de bebidas (FIAB).
Graças a estas contribuições, o projeto aumenta a sua viabilidade com propostas específicas, linhas de negócio capazes de tirar partido de recursos que poderiam constituir anteriormente um desafio ambiental. No entanto, na conjuntura atual já não é suficiente proteger, mas qualquer medida deve ajudar a regenerar. Esta é a ideia transmitida por Josefa de León, diretora de Competitividade Estratégica da Agroamb Prodalt, e membro da Rede Espanhola do Pacto Global das Nações Unidas, a primeira iniciativa de sustentabilidade dirigida às empresas, e que é articulada através de redes locais em 160 países.
As coordenadas do CONSERVAL foram estabelecidas nos dez princípios que regem o Pacto Global, um mapa para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável que devem ser realizados ao longo desta década-chave, com o horizonte na Agenda 2030. É tempo de mobilizar as forças da mudança, de assumir compromissos ambiciosos e de implementar soluções inovadoras para conciliar as dimensões social, económica e ambiental.